sábado, 12 de abril de 2014

Ilha de Cuba , "la más fermosa…"


Em 27 de Outubro de 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha de Cuba pela zona de Cayo Bariary, na Província de Holguín, que o fez exclamar “Es la má fermosa…” Não podia estar mais de acordo! Cuba surpreende pelas praias, pela cultura, pelas gentes e pela música.
Ocupando uma extensão aproximada de 114.000 km², Cuba situa-se no Mar das Caraíbas, junto ao Trópico de Câncer, na entrada do Golfo do México, entre a América do Norte e a do Sul. Com um clima tropical, sem excessos, distinguem-se duas estações, a das chuvas (de Maio a Outubro) e a da seca (de Novembro a Abril).
Fiquei em Varadero, centro turístico mais conhecido de Cuba, com mais de 20 quilómetros de praias de areia fina e branca. Instalações hoteleiras magníficas, restaurantes, discotecas, desportos náuticos, fazem desta zona um local privilegiado. É normal ouvir chamar pelo nosso nome para participarmos em diferentes e irrecusáveis actividades, propostas pelo hospitaleiro pessoal do Resort ou por outros turistas que passado pouco tempo de chegarmos já nos conhecem, tal é o convívio.
Ao som dos instrumentos africanos (bongo, conga) dançam-se o bembé ou o caringa. A tradicional música cubana formou-se a partir da junção das letras e melodias espanholas com os ritmos africanos. Esta junção gerou os tradicionais estilos musicais e de dança cubanos: a rumba, o mambo, a salsa, o son e o punto. Ritmo contagiante, depois, há sempre alguém que segura uma vara e desafia as nossas capacidades.  



No hotel apanhei um mini bus que, gratuitamente, me levou ao centro de Havana. Este, bem diferente dos carros que vemos à medida que nos aproximamos da cidade. Sem possibilidade de adquirir carros novos durante muito tempo, restou aos cubanos a preservação do parque automóvel existente em 1959, o que torna a paisagem automóvel única.

Em Havana comecei o percurso pelo Parque Trece de Marzo, passando pelo Museo de la Revolución (antigo Palácio Presidencial) e o Museo de Bellas Artes, para chegar ao Parque central com o Grande Teatro de Havana e o Capitólio.


Do outro lado da rua do edifício do Capitólio permanece uma das mais antigas fábricas de charutos de Cuba, a Real Fábrica de Tabacos Partagas, um museu num edifício bem preservado que data de 1845. De onde saem as grandes marcas de charutos cubanos, local de interesse de visita para se observar todo o trabalho manual dos mesmos que fazem deles os mais famosos do mundo.
Os produtos típicos cubanos, aqueles que são impossíveis de não levar são, sem dúvida, charutos e rum. Um bom rum pode ser adquirido na ilha. Aconselham comprar marcas que não são comercializadas fora de Cuba, como Santiago, Paticruzado ou Legendario. 
Para além destes produtos, adorei a joalharia feita em coral negro e prata. Também se podem encontrar boas obras de literatura, viagens, obras científicas ou técnicas a preços simbólicos. 


Pelas ruas de Havana Velha recuei na história. Havana envolve-nos e se perguntamos por alguma direcção, não é de estranhar que o cubano nos acompanhe até ao destino. O contacto com o povo cubano deve ser uma experiência obrigatória. Pelo seu carácter amável e hospitaleiro, a relação com ele resulta de todo e é inevitável.


Imprescindível a visita à Plaza de Armas, Catedral e Plaza Vieza, bem como às ruas Obispo, Oficios, Obrapía, Mercaderes, Empedrado e muitas outras repletas de sabor, tipicismo, palácios antigos, igrejas e  conventos.

El Malecón, avenida costeira de 7 km frequentada por pescadores e com grande animação no final da tarde, é símbolo de uma Havana Moderna. Seguindo para o interior fica La Plaza de la Revolución, local de grandes manifestações populares, onde está localizado o monumento a José Martí.
Em Havana, outrora o porto mais seguro das Índias Ocidentais, foram construídas numerosas fortificações. O forte mais antigo é o da Real Fuerza, que actualmente, é a sede do Museo de Armas. Posteriormente foi construído o de San Salvador de la Punta, na entrada da baía. No outro lado, o dos Tres Reyes del Morro que permite uma impressionante vista panorâmica sobre a cidade. No de San Carlos de la Cabaña, todos os dias, às nove da noite, realiza-se uma cerimónia - a manobra do canhonaço - com trajes daquela época a anunciar o encerramento das portas da muralha.
Quanto a Restaurantes, há dois encontros obrigatórios em Havana: La Bodeguita del Medio, exponente máximo da cozinha crioula e famosa pelos seus “mojitos” e El Floridita, com uma ementa excelente de peixes e mariscos.

A cozinha cubana é a mistura da espanhola e das tradições culinárias africanas. Esta mistura deu lugar a uma cozinha crioula, cujo prato fundamental é o congrí (arroz, feijão negro e pedaços de toucinho, que costuma acompanhar com banana frita). A batata, a mandioca e a malanga também são habituais. A galinha e o porco são as carnes mais apreciadas pelos cubanos. São magníficos os pratos com lagosta, camarões e peixes. As sobremesas são deliciosas pela variedade de frutas e doces, bem como os gelados e os cocktails.
Parti para mais uns dias em Cayo Coco. Este Cayo, é um dos maiores do arquipélago de Camagüey. Com 370 Km², é um esplêndido parque natural. Quase toda a sua superfície está coberta por bosques e tem 22 quilómetros de praia. Acede-se a Cayo Coco através de um pedraplano, construído sobre a água
Um refúgio para descansar em harmonia com a natureza. Um autêntico paraíso, rodeado de águas cristalinas que nos convidam a mergulhar para ver belos cardumes.
 
Não é por acaso que se diz que a ilha Grande das Caraíbas é em si mesma dois paraísos, o imerso e o submerso. Aqui é facilitada a aprendizagem e a prática de mergulho, bem como o descobrimento de um mundo novo totalmente diferente e apaixonante. Durante todo o ano, os mares de Cuba mantêm uma visibilidade média horizontal de 40m, isto é, as melhores condições para o mergulho e a fotografia submarina.

De regresso a Portugal fazia sentido ouvir outros turistas dizer que era a terceira, quarta… vez que escolhiam o destino de Cuba para férias. 


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